A propósito do noticioso BILHETE DO CT, de 14 de março, próximo passado, sob o
título “Débora Guedes, secretária da Educação de Palmas, sobre distribuição de
bíblias e os novos tempos, antes do apocalipse”, deve-se dizer antes de tudo, que o
Estado Brasileiro é laico, entendido que é possível considerar que o laicismo contribui
para a promoção da liberdade religiosa enquanto direito humano universal, porém não
é um estado ateu ou pagão.
Ao contrário, do que muitos pensam, nossa nação é majoritariamente cristã, o que não
implica que não haja espaço para que outras religiões possam expressar suas
crenças, se organizar e ter o respeito do poder público.
A Carta Constitucional de 1988, prevê que há uma laicidade colaborativa no Brasil e o
fato de Os Gideões Internacionais no Brasil conseguirem licença da Secretaria da
Educação de Palmas para distribuírem Novos Testamentos gratuitos a alunos do 4º ao
9º ano, realizando este trabalho de forma colaborativa há mais de 30 anos, não se
constitui numa “vacina” contra outros segmentos religiosos.
Aliás, o trabalho realizado pelos Gideões Internacionais é reconhecido mundialmente
em mais de 190 países do mundo, em escolas, hospitais, hotéis, repartições públicas
etc. sendo que essa organização cristã de caráter interdenominacional não possui fins
lucrativos, formada por homens de negócio e profissionais cristãos, que se dedicam à
distribuição gratuita de parte da Bíblia, promovendo o evangelho e impactando vidas
com a Palavra de Deus.
Os membros dessa importante organização entregam exemplares dos Novos
Testamentos a quem livremente os aceita em unidades escolares, instituições de
ensino superior ou qualquer repartição pública, sem infligir qualquer tipo de
constrangimento aos que professam qualquer outra fé, sem depreciá-la, ao contrário
do que faz crer a matéria exibida. Repudiamos veementemente o inconformismo
demonstrado no texto jornalístico.
A visão dos Gideões é colaborar com uma sociedade mais humana, ordeira, justa,
respeitosa, solidária e temente a Deus.
Afirmar que a distribuição de Bíblias em escolas e outros locais já citados é fazer
proselitismo, beira o preconceito religioso e não é justo, até porque não se faz
qualquer tipo pregação, propaganda dessa ou daquela denominação durante as
distribuições. Isto sim, abriria espaço para o propagação de outras religiões como
citado no texto veiculado (católicos, budista, muçulmanos, dentre outros).
É falsa a impressão de superioridade de uma religião sobre as demais, pelo simples
fato de sermos uma maioria cristã tanto em Palmas como no Estado do Tocantins,
bem como em toda nossa Nação, fato esse incontestável.
Portanto, está de parabéns a Secretaria de Educação de Palmas, na pessoa de sua
brilhante secretária Débora Guedes ao não impedir a distribuição da Palavra de Deus
pelos Gideões aos alunos das Escolas Municipais de Palmas e de manter
fortemente o compromisso com a educação laica.
Ben-Hur Jales e Silva
Advogado e Pastor